quarta-feira, 25 de abril de 2007

Seus filhos na mão de outros


Mathilde Barbosa


Ser mãe hoje em dia já não é mais como antigamente. A necessidade de trabalhar fora e as dificuldades da mulher moderna significa ter que ficar longe dos filhos e depender de pessoas, que na maioria das vezes não são qualificadas ou dedicadas o suficiente para tomar o lugar de uma mãe. Os casos de violência doméstica contra crianças praticados por babás têm se tornado cada vez mais freqüentes. Isso vem despertando o interesse de pais e educadores para a formação profissional e cultural das profissionais que cuidam dos seus filhos.
Mas, independente dos casos de violência, a falta de preparo da grande maioria dessas profissionais pode atrapalhar o desenvolvimento físico e psicológico da criança. A idéia de que a babá é apenas uma pessoa contratada para “tomar conta” dos pequenos não poderia ser mais errada.
Uma jovem, da classe baixa e com pouca instrução. Ou no caso, se tiverem sorte, uma senhora, que ainda traz a experiência de vida. Esse é o perfil da imensa maioria das babás da Zona Sul, aliás, do Brasil.
Foi preocupada com esse tema que mães que se encontravam em uma pracinha em Ipanema tiveram a idéia de se unirem para trocarem ideias e cuidarem, mesmo de longe, de seus filhos. Existem sites na internet, como http://www.amigasdapracinha.com.br/ ,que dão dicas e informam sobre esse assunto.
A psicologa Esther Fragomeni, de Copacabana, que desenvolveu o primeiro curso técnico para formação dessas profissionais, que funciona dentro de um colégio. A idéia surgiu depois que ela flagrou a menina que cuidava de seu filho o arrastando pelo cabelo.
"Foi um choque. Cheguei em casa de surpresa e a vi agredindo meu filho", lembra. Apesar da revolta, ela não demitiu a menina. Preferiu enxergá-la como a primeira aluna do curso. "Percebi que ela não fazia aquilo por mal, mas por falta de preparo", diz Esther.

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