terça-feira, 17 de abril de 2007

Em busca do sonho

Carolina Di Salvo

Felipe de Souza, de 20 anos, perdeu a visão aos 7 anos de idade, quando teve deslocamento de retina e glaucoma congênito. Apesar disso não deixou de realizar seu sonho. Começou a correr em 2003, na classe T11, atletismo para cegos. Atleta da seleção Paraolímpica brasileira, ele já ganhou mais de trinta medalhas em provas de corrida e salto a distância. Felipe foi obrigado a realizar tratamento em seu joelho direito, "O tratamento me deu consistência para que eu participe das competições. O esporte na minha vida é tudo. Eu não consigo viver sem o esporte, nem consigo pensar pequeno", afirma o atleta que atualmente está treinando para o Parapan, que se realizará no Rio de Janeiro de 12 a 19 de agosto.
Durante a corrida, o atleta cego é acompanhado por um guia, que tem a função de orientá-lo no que se refere às delimitações da pista, o que os une é uma corda pressa às mãos de ambos. "Corro sempre o mais rápido possível para a vitória", afirma o atleta. Foi essa garra e vontade de vencer que trouxe a Felipe o ouro e o recorde brasileiro nos 100m rasos, com 11s78, na primeira etapa do Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico, em junho de 2005. Junto com o técnico e guia Fábio Dias, seu grande incentivador, Felipe traça planos para toda a sua longa carreira esportiva, "Conquistar a medalha de ouro nos Jogos Parapan-americanos deste ano e nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, em 2008".
Desde a Paraolimpíada de Roma, em 1960, o atletismo faz parte do programa paraolímpico oficial. A modalidade esteve presente desde o primeiro Parapan, realizado em Winnipeg, no Canadá em 1965, na época a modalidade só foi disputada por atletas em cadeiras de roda. Homens e mulheres sempre competiram em grande número. Por ser um esporte disputado e com muitos atletas de destaque, a modalidade sempre atrai um grande público.

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