“O dependente químico é apenas um sintoma de uma família disfuncional”. Foi com esta afirmação que a psicóloga Gisele Aleluia abriu sua palestra, ontem, no curso de Psicologia da PUC, na Gávea. Gisele é especialista em terapia familiar sistêmica, linha de tratamento relativamente nova e que vem sendo cada vez mais aplicada por profissionais na recuperação de usuários de drogas. Para estes psicólogos, tratar o paciente não é o suficiente, tem que se tratar todo o sistema onde ele está inserido.
Gisele muitas vezes visita a casa do paciente para colher pistas para um diagnóstico. O problema pode estar na forma de uma quebra de hierarquia familiar, com o filho tomando o lugar dos pais na casa, ou quando uma família emperra em um ciclo vital, como adolescência, separação ou morte.
Ela acredita que em muitos casos a família é a principal responsável por manter um padrão de uso de drogas do dependente. “Eles têm receio de tomar uma atitude mais severa, com medo de que seu parente morra ou seja preso. Na verdade, às vezes o que salva um dependente é exatamente você aprender a dizer não para ele, ou deixá-lo ir”, observa.
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